Terreno de 143 250 m2 com casa, armazém e ruinas para venda em Laranjeira - Monchique, Algarve.
Oportunidade única com possibilidade de investimento e construção de projeto turístico localizada numa zone de natureza fantástica.
Terreno de 143 250 m2 para venda em Laranjeira - Monchique, Algarve.
Esta propriedade ( urbano e rústico ) oferece uma nascente de água natural e acesso a uma vista deslumbrante sobre o campo e as montanhas de Monchique, perto das cascatas, dos miradouros e das Caldas.
Composta por :
- Casa de habitação com 117 m2 com cozinha, entrada, sala de jantar, 2 quartos, 1 casa de banho,
- Enorme garagem/armazém com adega e duas casa de banho
- Duas ruinas (190 m2 e 81,7 m2)
-Jardim e nascente de água natural
- Terrenos para construção
Localização a 15 km do centro de Portimão, a 18 km da praia mais próxima e a 76 km do aeroporto de Faro.
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A beleza também cansa pelo que nos transmite em emoção. Basta que a cor seja um grito, basta que as mutações se entrechoquem. Fujamos pois dos azuis, dos vermelhos, dos amarelos, reconfortemos um pouco o espírito cansado. Só o verde nos servirá de bálsamo e Monchique será o próximo ponto a atingir.
A serra, vista de longe, não passa de um bom fundo fotográfico, Deixe de olhar esses terrenos salgados. São tristes e estéreis como a morte.
Corre-nos à esquerda a ribeira de Boia e o solo começa a convulsionar-se. Os montes tomam gradualmente altura, unem-se uns aos outros em pregas profundas e a estrada serpenteia entre barreiras de xisto como um réptil fustigado pelo sol.
A vegetação adensa-se. Acácias perfiladas ladeiam a faixa de rolagem alcatroada, negra, e as pequenas manchas de pinhal descem até nós.
Agora, acácias, cedros e eucaliptos quase se entrelaçam desafiando os raios de sol a atravessar-lhes a folhagem compacta. Um ramal de duas dezenas de metros nos leva até às termas.
Desçamos ao Paraíso. Uma abóbada de folhagem nos protege e a ribeira límpida corre molemente rodeando calhaus ora negros, ora avermelhados. Pequenos olhos de sol marcam na terra castanha círculos luminosos. Uma ponte… Uma pequena cascata… As cigarras cantam e tudo é verde à nossa volta.
A água vai cavando os extratos xistosos, aprofunda-se cada vez mais e o caminho aperta-se, estrangula-se. Em baixo uma represa desconjuntada, mais além o arco de uma ponte.
Um pequeno apontamento. Hortenses azuis… Um lago snob de jardim… Três eucaliptos em cujos troncos meninas românticas cravaram corações e escreveram versos… Uma mesa de pedra… Uma fonte… A fonte dos Amores.
Algumas pedras avantajadas, que pararam ao encontrar qualquer obstáculo, lembram os poios semeados do vale do Zêzere. A caminho de Monchique, as encostas talhadas em socalcos têm por vezes o aspeto dos anfiteatros romanos.
Começada a subida para a Foia olhemos em volta. Na frente o retalho verde suave dos soutos que sobem de um e de outro lado da ribeira da Serra; a nossos pés os degraus de uma escada monumental que desce até ao Pé da Cruz e a norte a vila que parece deitada na aba de um cerro.
Onde encontrou um palmo de terra cultivável, o homem ergueu muros de defesa contra a erosão e plantou jardins. Quão penoso o seu esforço… A água corre por toda a parte. Dá-nos vontade de cair de borco numa prece à terra…
A arborização baixa de densidade à medida que subimos, as arestas vivas das massas de pedra são punhais que procuram ferir-nos, o ar torna-se mais puro, a temperatura desce e a montanha recebe-nos desdenhosamente.
Uma curva larga… A pirâmide da Foia…
Perde-se a noção das distâncias, parece que nos debruçamos ante um mapa em relevo. O Alentejo, na sua vastidão, como que se espreguiça… O recorte da costa surge-nos nítido, vincado… manchas claras de muitas casas juntas. Portimão… Alvor… Lagos… As areias da Meia Praia… Mais longe, Sagres e S. Vicente… E para os lados de Aljezur os montes parecem ventres pejados.