Crédito habitação, esta é a hora de mudar da taxa variável para fixa?

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A subida de juros em 2022 pelo Banco Central Europeu (BCE) está à espreita.

E esta decisão irá afetar os mercados financeiros e as taxas Euribor, cenário que irá mexer com as prestações da casa a pagar mensalmente aos bancos. Isto é especialmente verdade para quem escolheu a taxa variável no crédito habitação. Mas será a subida de juro significativa?

 

Será que este é o momento de mudar de taxa variável para taxa fixa? Explicamos.

 

A hipótese já foi colocada em cima da mesa: Christine Lagarde, presidente do BCE, reconheceu que há a possibilidade de aumentar ataxa de juro diretora ainda este ano, uma medida que funciona como um travão à inflação. Recorde-se que em janeiro a inflação na Zona Euro atingiu o novo recorde de 5,1%.

Se a taxa de juro subir, as famílias que têm hoje créditos habitação com taxa variável e indexados à Euribor a 3, 6 ou 12 meses, vão sentir alterações na prestação da casa (ainda que ligeiras). Pelo contrário, quem tiver escolhido a taxa fixa para o empréstimo da casa, não irá sentir quaisquer diferenças na carteira. 

A verdade é que a prestação da casa para quem tem taxa fixa, não se altera ao longo do tempo, pelo que traz estabilidade. E, agora, a taxa fixa para os empréstimos da casa está baixa, pelo que pode ser um bom momento para fazer a mudança. Mas, note-se, que até ao momento a taxa variável está ainda mais baixa que a taxa fixa e embora se coloque em cima da mesa uma subida das taxas de Euribor no curto prazo, estas não deverão superar 1% nos próximos anos, segundo preveem os especialistas.

 

O que ter em conta na hora de decidir?

Manter a taxa variável ou mudar para a taxa fixa é uma decisão que vai depender de família para família, já que há várias variáveis a ter em conta. Segundo os especialistas do idealista/créditohabitação, "a tomada de decisão é pessoal e depende da situação de cada família", porque "o empréstimo mais adequado depende de variáveis como o rendimento mensal e o esforço necessário para pagar a prestação ou o prazo no qual se pretende liquidar o empréstimo".

A escolha de uma taxa fixa pode ser uma opção "para quem tem menos folga no orçamento mensal, pois pode dar uma maior tranquilidade no empréstimo, uma vez que o mesmo não fica sujeito a flutuações da Euribor", explicam os mesmos expecialistas alertando que, nestes casos, as famílias podem pagar uma prestação da casa um pouco superior face à prestação que iriam pagar com a atual taxa variável. Mas se a taxa variável subir à boleia do aumento da Euribor nos próximos anos, a prestação da casa com taxa fixa pode compensar.

 

Outro aspeto a ter em atenção é se estiver em cima da mesa amortização do crédito habitação."Quem pretenda liquidar o empréstimo antecipadamente em pouco tempo, deve ter em conta uma empréstimo com taxa fixa é normal ter uma comissão de amortização antecipada superior, sendo os limites máximos de 0,50% e 2% para taxa de juro variável e fixa, respetivamente", explicam ainda.

 

Também Filipe Garcia, economista e presidente da consultora Informação de Mercados Financeiros (IMF) alerta que se as famílias decidirem mudar para a taxa fixa é preciso ter em conta que “a penalização por amortização antecipada é quatro vezes maior e a taxa de juro é mais alta precisamente quando o capital em dívida é maior”, diz citado pelo ECO. E embora seja possível mudar a qualquer momento de uma taxa variável para uma taxa fixa, o inverso não é assim tão simples, sublinha ainda.

Fonte do texto: idealista